Apresentamos
esse projeto por sentirmos a necessidade de despertar a consciência
de uma "Cultura de Cooperação". Fazer cada um
pensar que, no gole de água que se bebe, no líquido que
sutilmente toca nosso corpo na hora do banho, está também
a necessidade do outro. Já é triste pensar que um bem
colocado no planeta com fartura e abundância deva ser medido,
quanto mais desperdiçado!
Água é bem comum! É de uso de todos.
"Somos água", "Água, fonte da vida",
"Ser fonte, ser água!" O que está por trás
de cada uma dessas afirmações? Somente o desejo do poder
consumi-la? A preocupação em preservá-la? Consumi-la
desmedidamente, lavando calçadas ou olhando despreocupadamente
a torneira que acabamos de usar e que deixamos gotejando? Organizar
campanhas de preservação de suas fontes, controlando os
seus gastos ou tornando-a a bandeira de interesses político-partidários?
A água é uma necessidade primária, portanto, direito
e patrimônio de todos os seres vivos, não apenas da humanidade.
A água é, por excelência, um bem de destinação
universal. A primazia da vida se estabelece sobre todos os outros possíveis
usos da água. Nenhum outro uso da água, nenhum interesse
de ordem política, de mercado ou de poder pode se sobrepor às
leis básicas da vida.
Além de usos, a água tem dimensões, valores e significados
que precisam ser respeitados, como o valor biológico, o social,
o simbólico e espiritual, a dimensão ecológica,
a poética e a artística. Precisam ser respeitados porque
são referências fundamentais para muitos povos.
Não é exagero dizer que estamos diante de uma das mais
graves crises do século XXI: das atitudes que agora tomarmos,
dependerá a vida das gerações futuras. É
imperativo conhecer melhor a natureza dessa crise.
É meta deste projeto traçar objetivos definidos e organizar
meios que nos levem a pensar que precisamos ter coragem de realizar
mudanças e que essas mudanças precisam acontecer principalmente
dentro de nós.